Que eu faça morada no presente
e não me afobe com excesso de futuro.
Que eu possa aproveitar a companhia
dos que estão perto de mim,
e não me torture
com a falta de notícias dos que estão longe.
Que cada espera tenha seu peso e sua medida,
e que eu não me desgaste aguardando por aquilo
que não merece ser aguardado.
Que eu não tenha pressa de me curar
nem de mostrar aos outros que superei,
mas que eu seja carinhosa com meu tempo e minhas dores.
Que a pressa de ser feliz
não me faça acelerar a felicidade a ponto de perde-la,
e que quando eu peneirar minhas vivências,
não deixe as alegrias escoarem pelos vãos
nem as mágoas serem retidas na trama.
Que a leveza me alcance,
e com ela a capacidade de perdoar
a corrida dos ponteiros do relógio
e o entendimento de que nada é tão urgente
quanto o momento presente.
Fabíola Simões
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